
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Epicteto

"Nenhuma das coisas que se admiram e se buscam com zelo é útil aos que as obtiveram; mas quando ainda não se as têm, imagina-se que, se acontecerem, todos os bens estarão presentes com elas; e, quando estão diante de nós, sentimos a mesma febre, a mesma agitação e aborrecimento, o mesmo desejo pelas coisas que não temos. Pois não é saciando-se com as coisas desejadas que se prepara a liberdade, é pela supressão dos desejos."
Democracia ...?

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Procrastinação
Agora que passou toda a minha melancolia natalina( embora meu natal não tenha sido dos piores), preciso dar início as minhas tarefas bibliotecárias. Já comentei em posts anteriores que estou em férias coletivas até dia 2 de Janeiro e separei duas obras para ler, mas que ainda nem foram abertas. Coloquei sobre meus livros da biblioteca um livro chamado O HOMEM REVOLTADO do Camus e AS GRANDES PAIXÕES uma coletânea do contos do Maupassant. Pensei que iria lê-los bem rápido. Mas como me dou ao luxo de ser um homem moderno, um homem do século XXI, bem resolvido, pois moro sozinho, tenho meu emprego, não possuo dependência de terceiros, mas... não tenho empregada!!! O trabalho de casa fica todo para mim e minha sorte é não ser muito bagunçeiro, notem que escrevi não muito. Bom, mas como o livro é atemporal e um prazer quase que sexual, com a diferença de que eu atingo o orgasmo sozinho, quero ver quando vou começar a ler nos seis dias que me restam ainda. Por enquanto permanecem na biblioteca.
domingo, 23 de dezembro de 2007

Minha noite de natal terá velas acesas, terá luzes mornas.
Terão pedidos angustiados pela saudade que aumenta em cada dia.
Terá falta de cantigas de ninar e de presentes ao redor da árvore que nem sequer existe.
Terá menos alegrias e terá mais faltas.
Terá menos pisca piscas e as guloseimas tradicionais das famílias felizes.
Me resta uma nesga de cada coisa, cada lembrança mais distante que a outra em um retrocesso imaginário ao intocável.
Pessoas transitavam em plena casa, aos montes, desgovernadas carregando para a mesa o que já estava pronto, adornando-a para a ceia.
As cores e sons que agora estão desbotados são as minhas lembranças vivas, pulsando em mim como uma fera, que rasga e dilacera.
Os presentes já não estão mais presentes, os dias passam e a vida segue.
Onde está agora minha vida Clara?
Eu não sei. Não entendo porque dessa forma. Nunca irei.
Uns seguem o seu destino, outros desperdiçam os deles e os dos outros.
Talvez a luz ainda continue apagada.
Terão pedidos angustiados pela saudade que aumenta em cada dia.
Terá falta de cantigas de ninar e de presentes ao redor da árvore que nem sequer existe.
Terá menos alegrias e terá mais faltas.
Terá menos pisca piscas e as guloseimas tradicionais das famílias felizes.
Me resta uma nesga de cada coisa, cada lembrança mais distante que a outra em um retrocesso imaginário ao intocável.
Pessoas transitavam em plena casa, aos montes, desgovernadas carregando para a mesa o que já estava pronto, adornando-a para a ceia.
As cores e sons que agora estão desbotados são as minhas lembranças vivas, pulsando em mim como uma fera, que rasga e dilacera.
Os presentes já não estão mais presentes, os dias passam e a vida segue.
Onde está agora minha vida Clara?
Eu não sei. Não entendo porque dessa forma. Nunca irei.
Uns seguem o seu destino, outros desperdiçam os deles e os dos outros.
Talvez a luz ainda continue apagada.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
O presente de Lara

Fazia muito tempo que não via Lara quando recebi um telefonema de sua mãe me convidando para conhecer a casa onde estavam morando. Não sabia bem o motivo de tal consideração depois de quase um ano. Na manhã seguinte, fiz minhas malas colocando somente o essencial para passar uns cinco dias na cidade. Naquela época do ano tudo ficava mais caro, as passagens, a hospedagem e alimentação, tudo. Só sabia que a mãe de Lara havia ido embora e não tinha deixado recado. Um vizinho próximo da antiga casa que por coincidência tinha resolvido ir ao mesmo mercado que eu foi quem me deu a notícia. Depois das primeiras palavras da ida de Lara para um outro Estado, eu lia os movimentos dos lábios daquele espírito bem intencionado sem compreender o que era dito. Uma cena muda como os filmes sem diálogos. Demorou um pouco até que eu me refizesse do impacto daquelas palavras que como uma flecha me dividia em dois. Rumo à estação rodoviária do Rio de Janeiro, parei no caminho avistando uma loja de brinquedos. A vitrina estava cheia de preciosidades aos olhos pequeninos, olhos de Lara. Ao entrar na loja avistei bem no fundo do corredor algo por demais cativante e de súbito uma emoção tomou conta de meu corpo. Era ela, era o presente de Lara. A estação estava cheia devido a todos quererem estar no dia de natal com seus entes mais queridos. Ao embarcar, corri os olhos por cima das cadeiras para encontrar o assento que estava destinado ao meu acomodamento. Sabia que a viagem seria longa, dezesseis horas de estrada me separavam do meu destino mais aguardado depois desse um ano sem contato. Ao descer do ônibus, tentava com cuidado carregar o presente que eu esperava ser recebido com alegria. Peguei um táxi e segui em direção à Avenida Quinta admirando a paisagem que no verão se fazia notória. Muitos fotógrafos teriam inspiração em executar seus trabalhos nesse paraíso tão grande que se abriga cerca da praia. Seguindo a rua que era de mão dupla, a casa ficava bem no final, a primeira do lado direito, logo que terminava a estrada e começava o barro. Conforme ia me aproximando sentia meu corpo estremecer, era o manifesto de uma sensação que parecia antever os acontecimentos futuros. As mãos suadas levavam o presente de Lara cuidadosamente. Aproximando-me do portão, um cão de pêlos longos e bem tratados preto e brancos latia para mim anunciando aos que estavam do lado de dentro da casa a chegada de um estranho. Assim que a porta se abriu, pude ver ao longe um ser delicado como uma flor. Um ser que me analisava com seus olhos curiosos, me percebia talvez em sutilezas indescritíveis. Pois era ela, a minha querida Lara, aquele ser que se aproximava do portão a passos curtos e desconfiados, que enxotava o cão que ainda latia. Quando chegou bem perto onde suas mãos pudessem passar pelas frestas do portão verde eu lhe disse: Olha filha o que eu lhe trouxe! Ela é quase do seu tamanho e você está tão grande... . Como da última vez em que tinha me visto seus olhos lacrimejantes se fixaram nos meus e em tom ameno e rouco pela peculiaridade do momento ela disse: Papai eu não quero ficar sem você! Me abraçou como pôde pelas frestas do portão como que para não me deixar escapar. Concluí então naquele momento que a boneca adquirida em uma loja no caminho era apenas uma boneca adquirida em uma loja no caminho.
CONTOS RUBENSIANOS
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Vixe Maria
Agora danou-se de vez. Resolvi que vou voltar a fotografar. Não como um fotógrafo profissional porque no amadorismo eu preservo a minha liberdade. Sexta feira vou tirar o dia para comprar minha tão almejada porra da câmera. Estou precisando de um pouco de arte e paciência na minha vida. Por isso eu digo: viva a fotografia!
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
tá chegando!!!!!
sábado, 15 de dezembro de 2007
Suspeitei desde o princípio
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Homenagem à Manon.

Lescaut era uma mulher cruel. Sua imagem afligia o jovem e inexperiente Des Grieux e....patético Des Grieux. Acorda pra vida mané. Tu acha mesmo que Manon te amava? Claro que não. Nunca te amou, sempre preferiu seguir seus vícios. A vontade é tudo o que importa. A riqueza e o luxo que moviam Manon. Figuras como M.B. também foram enganadas. Sem falar de G...M... e nosso pobre herói, um último dos românticos ou Românticos. Um sentimento sofrido, a sensação do abandono e a auto piedade vão dando forma a essa romance fantástico conhecido como Manon Lescaut. Uma obra prima escrita em 1731 pelo Abade Prévost como sendo a última parte de um grande romance dividido em sete tomos. A obra também ganhou duas versões líricas por Jules Massenet em 1884 e por Giacomo Puccini em 1893. Só tenho a dizer: Leiam Manon.
Feliz dia das bruxas
Venho por este comunicar que hoje de manhã perto do túnel Santa Bárbara vi um poster feito com o seguinte dizer: "Hallowen é satanismo, o Brasil é uma país cristão." Sinceramente não pude compreender o que a mensagem queria passar. Primeiro porque tanto o Brasil quanto os Estados Unidos são países cristãos, ou pelo menos tem a maioria cristã. Segundo porque o Hallowen de acordo com a sua contextualização histórica e cultural nunca teve a ver com satanismo. Essa é a mesma iniciativa do grupo que vem distribuindo cartazes pelo Rio sobre uma identidade cultural brasileira, os nossos xenófobos de plantão. Realmente a idéia do cartaz é um argumento com nenhuma sustentabilidade. A idéia de nacionalização, foi o que levou ao holocausto países como a Alemanha, China, Camboja entre outros, ou melhor dizendo, a ideologia esquedopata. Melhor do que ser brasileiro é ser um cidadão do mundo. A mensagem é de uma vertente muito mais política do que cultural, feita em repressão aos valores Americanos, o qual nos foi legado a idéia pelo francês Alexis de Tocqueville no século 19 e atualmente pelo filósofo francês Bernard Henry-lèvy em seu livro America Vertigo, sobre a condição de um dos países mais democráticos e de diversidades culturais do mundo. Então em nome da diversidade cultural, e da liberdade, desejo à todos um feliz dia das bruxas.
Texto escrito dia 25/10/07
Texto escrito dia 25/10/07
domingo, 9 de dezembro de 2007
Dái-me

Sexta feira foi um dia muito diferente para mim. Compareci ao fardamento de um amigo na igreja dele. Apesar de eu ser um cético, completamente incrédulo de tudo o que é levado ao âmbito do conhecimento, e que não se prova nem pelo empirismo, nem pela razão, é algo o qual não podemos ter certeza. Entramos no âmbito da fé. Eu respeito e fui marcar a minha presença. Sou da opinião de que cada um encontra a si mesmo de alguma maneira, mas para não me estender prolixamente sobre as minhas qualificações filosóficas, vamos aos fatos. A igreja conhecida como Santo Daime me impressionou bastante. O culto agregado de valores sincréticos, na verdade a religião é um sincretismo, foi muito bonito. As pessoas todas vestidas com suas roupas branca e verde, os homens de terno e as mulheres de vestido, entre a dança e o canto dos hinos. Como tudo tem sempre uma primeira vez, vou adiantando que tomei o tão famoso chá. Um gosto nauseabundo tomou conta de todo o meu aparelho digestivo, depois de uns 40 ou 50 minutos oscilando entre ritmos compassados e hinos, o tão famoso efeito tomou conta de mim. Vomitei até colocar todos os bofes para fora, e olha que foi uma semana em que eu nem comi carne. Tiramos fotos para servir de exemplo para a posteridade. Uma casa muito bonita estilo colonial é onde acontece os encontros dos daimistas aqui no Rio de Janeiro. Para completar, uma experiência muito nova e proveitosa, mas mesmo assim: " Chá nunca mais..."
sábado, 8 de dezembro de 2007
amanhã
Clareia o meu dia e o sol raiando desponta no fundo da paisagem como se fosse a primeira contemplação a ser feita.
Tudo se clareia pela manhã,
não importa o que houve na madrugada
De tantas e tantas noites sem um afago,
Sem um cheiro.
Invento vozes.
Crio no imaginário a realização de tudo o que não acontece,
E isso é o potencializador e afirmador da vida.
As vozes que invento, todo um texto, toda uma cena,
Que repete a si mesma
E vai preenchendo o vazio,
E vai criando sentido
E vai dando vida.
A prova mais Clara daquilo que nunca perdemos,
e que está longe de qualquer definição.
Tudo se clareia pela manhã,
não importa o que houve na madrugada
De tantas e tantas noites sem um afago,
Sem um cheiro.
Invento vozes.
Crio no imaginário a realização de tudo o que não acontece,
E isso é o potencializador e afirmador da vida.
As vozes que invento, todo um texto, toda uma cena,
Que repete a si mesma
E vai preenchendo o vazio,
E vai criando sentido
E vai dando vida.
A prova mais Clara daquilo que nunca perdemos,
e que está longe de qualquer definição.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Grande sabedoria.
Nelson Rodrigues estava certo: num determinado dia um idiota subiu num caixote de cebolas e começou a fazer um discurso. De repente, os imbecis descobriram que estavam em número maior, e o desastre começou, durando até hoje.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Jargões cotidianos

Ouço quase que diariamente as pessoas dizerem: " Pobre é muito porco, joga lixo no chão, não tem educação, parecem um bando de mal-educados, etc...". Trabalho em botafogo e poderia dizer: " Rico é muito imundo, joga no chão qualquer coisa, não tem o mínimo de educação, colocam seus poodles para mijar a cagar bem em cima da tranca das portas do estabelecimento o qual temos que colocar a mão para levantá-las, etc...". Bem, na verdade é um grande engano da nossa parte achar que quem é porco e mal-educado sejam os pobres, tampouco os ricos, ou tomando emprestado os jargões que mais ouço em relação a essa conduta porca, os proletários e a burguesia. Quem é porco e mal educado é o ser humano. A porcaria e falta de educação são intrínsecas à algumas pessoas, pobres ou ricas. A condição social não faz ninguém melhor nem pior, como diria Caetano: cada um é a dor e a delícia de ser aquilo o que é.
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Falando sobre Arte

De Platão ao Classicismo, os filósofos tentaram fundamentar a objetividade da arte e da beleza. O classicismo indo mais longe, fundamentou a " estética normativa", onde o objeto torna-se peculiar, independente do espectador que o percebe. Esse período Renascentista traz à luz o " antropocentrismo" que atinge sua plenitude e não mais encontra sentido para os grilhões da arte religiosa, libertando-se deles. Voltando à subjetividade da arte, David Hume relativiza essa, a beleza e ao gosto de cada um filosofando que aquilo que depende do gosto e da opinião pessoal não pode ser discutido racionalmente, portanto o belo não está mais no objeto, mas nas condições de recepção do sujeito. O princípio do juízo estético então, é o sentimento e a percepção que reside no sujeito e não no conceito do objeto. Entretanto, há a possibilidade de uma universalização desse juízo subjetivo na medida em que as condições subjetivas da faculdade de julgar são as mesmas para todos os homens. Essa ingênua universalização de juízos que Kant tanto propusera, levou Hegel a introduzir o conceito histórico na arte, onde a estética depende mais da cultura e da visão de mundo vigentes no sujeito do que uma exigência interna do belo. Montesquieu assumiu uma grande empreitada na tentativa de disassociar o ideal de gosto, ou de belo, da análise crítica em sua última instância. O objeto é belo porque realiza o seu destino, é autêntico, é um objeto singular e sensível, que carrega um significado que só pode ser percebido na experiência estética. A idéia de um único valor estético a partir do qual julgamos todas as obras é inexistente.
Meus pensamentos
As reflexões da moral dão menos respostas práticas. Percorremos muitos caminhos com o objetivo de chegar no mesmo lugar por onde pegaríamos um atalho, e então, perdemos muito tempo pensando e buscando mais lentamente a mesma coisa...
02/01/07.
02/01/07.
Perder, ganhar
Com as perdas só há um jeito:
perdê-las.
Com os ganhos,
o proveito é saborear cada um
como uma fruta boa da estação.
A vida, como um pensamento,
corre à frente dos relógios.
O ritmo das águas indica o roteiro
e me oferece um papel:
abrir o coração como uma vela
ao vento, ou pagar sempre a conta já vencida.
Lya Luft - extraído do livro " Pra não dizer adeus"
perdê-las.
Com os ganhos,
o proveito é saborear cada um
como uma fruta boa da estação.
A vida, como um pensamento,
corre à frente dos relógios.
O ritmo das águas indica o roteiro
e me oferece um papel:
abrir o coração como uma vela
ao vento, ou pagar sempre a conta já vencida.
Lya Luft - extraído do livro " Pra não dizer adeus"
Elas preferem os fortinhos.

É amigos. Ficamos para trás once again. Até existe todo um esteriótipo mental formado sobre nós: Feio, gordo, usa aparelho nos dentes, o cabelo parecendo que o boi deu uma lambida, óculos fundo de garrafa, e outros opróbios usados no lugar dos adjetivos. Não importa que você tenha lido os clássicos da literatura, a massa cinzenta é realmente desprezada. Bom, o que me consola é que pelo menos não sou feio, nem gordo, não uso aparelho nos dentes, não tenho o cabelo lambido pelo boi, até uso óculos, mas não fundo de garrafa, e já que não sou FORTINHO, vou pegar o rumo para a minha biblioteca terminar meu ensaio sobre o conceito de música no Romantismo Alemão e se der tempo, ainda encontro uma louca que aceite um café na Livraria da Travessa ao som de Charlie Parker.
domingo, 25 de novembro de 2007
"Ai ai fazê u que!"
É. Criei uma enorme resistência ao blog citado abaixo, principalmente por causa do Nietzsche. Depois vi que também é feminista de carteirinha e tudo! Mas confesso, não resisti; li o blog novo praticamente todo. Outstanding. Uma mulher muito petulante. Eu também sou petulante, tanto é que estou comentando o blog dela... Hummm uma mulher de trinta. Interessante. A mulher do século XXI, despojada, desbocada, com o pé firme no chão, independente. Amazing. Quem sabe isso ainda não dá o que falar... Como disse choppinho sábado à noite.
Once bitten twice shy

GASTANDO A ERUDIÇÃO. Utilizações alternativas para os grandes livros dos grandes pensadores.
Humano, Demasiado Humano (NIETZSCHE, F.) : espécie de calço para colocar com manejo entre a parede e a cabeceira da cama pra fazer parar aquele barulho irritante da pancada na hora dos movimentos sexuais.
Filosofia das Formas Simbólicas. (CASSIRER, E.): apoio para copos: drinks, cerveja ou quentes e, ainda, dependendo da ocasião, apoio também para a petisqueira, evitando manchar o tampo da mesa.
O Grau Zero da Escrita. (BARTHES, R.): adorno para suvaco. Filosofia de axila para impressionar o sexo oposto - ou o mesmo se for o caso.
A pessoa se entitula como uma concorrente ao mestrado em letras; e não em história. Apesar disso existe uma outras erudição em meio aos escombros dialéticos dessa criatura. Sinto em lhe informar mas para quem estuda na biblioteca do CCBB, pelo menos é o que é divulgado no blog, e vai concursar para o mestrado de letras pelo menos poderia colocar " quando vou à padaria". Uma coisa curiosa, se o livro do Nietzsche serve de calço para conter o barulho na hora da cama, ao que parece a foda é bem melhor do que a preferência filosófica, muito mais excitante eu diria. O mais estranho é a colocação de que " OS GRANDES CRÍTICOS LITERÁRIOS E TAL, NOSSA QUE MARAVILHA QUE ELES SÃO..." você enaltece os caras e rejeita o Nietzsche. Desculpe-me não é pessoal, é Nietzscheano, rss. Você já leu a crítica do Carpeaux sobre o Nietzsche? E a do Jorge Luís Borges? Você já leu na antiga coleção " o pensamento vivo " a introdução escrita pelo André Gide na biografia do Nietzsche? Hummmm.... sei não hein! Concorda que soa estranho?
Outra coisa: se não gostou de Barthes e Cassirer, espere até o Wittgenstein e no Benveniste. Aí você vai querer morreeeeeeeeeeeeerrrrr.
Desculpe a brincadeira, eu vi seu blog depois com calma e é muito bom realmente, você parece ser uma raridade de mulher do século XXI, e eu em minha elucubrações Balzaquianas... mas até que um choppinho e literatura num sábado cairia bem.
domingo, 18 de novembro de 2007
A falta do advérbio fora da abstração.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Sem título
A cada dia que passa, o meu amor fica maior, fica mais profundo.
É bem verdade que o tempo fortalece o amor maduro,
Aquele que sobrevive a tudo, na chuva e no sol,
Nos dias cheios ou solitários,
No aconchego do peito ou na distância,
No carinho ou na saudade.
Os dias vão passando e ele vai criando raízes, e vai crescendo,
E vai minando em si mesmo, e vai expandindo-se,
A cada dia
Mais e mais.
É bem verdade que o tempo fortalece o amor maduro,
Aquele que sobrevive a tudo, na chuva e no sol,
Nos dias cheios ou solitários,
No aconchego do peito ou na distância,
No carinho ou na saudade.
Os dias vão passando e ele vai criando raízes, e vai crescendo,
E vai minando em si mesmo, e vai expandindo-se,
A cada dia
Mais e mais.
domingo, 11 de novembro de 2007
O tempo, o tempo, o tempo...

É com imensa satisfação que o equilíbrio foi encontrado novamente. Os dois lados da mesma moeda se encontram, com o mesmo valor, as duas vontades de poder, frente à frente em sua batalha, agora com o mesmo número de soldados.
Aprendi a ter paciência. Paciência, paciência...uma palavra que ecoa e faz reverberar todo um repetitivo som, as palavras que saem entre os dentes, suas sílabas desarrumadas, decrépitas pelo tempo.
Se reserva para que tenha a si mesma. É um fim em si mesmo.
Com paciência vou lapidando essa escultura viva, vou vivendo cada dia, e cada dia que vou vivendo é um dia, é um dia diferente, um dia. Vou seguindo a estrada de tijolos amarelos que tanto falo e sei que não entendem; não sabem do que falo, criaturas curiosas. E vou revelar-te um segredo: o segredo é saber esperar...
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Meu caro Reinaldo Azevedo

Acompanho há pelo menos 2 anos, leio quase que diariamente, o blog do jornalista Reinaldo de Azevedo. O próprio foi diretor da extinta revista PRIMEIRA LEITURA, a qual infelizmente não possuo todos os exemplares. Era uma revista de peso com entrevistas com grandes intelectuais de toda a parte. A que mais tenho apreço é a edição com a entrevista do psicanalista Contardo Calligaris, uma matéria sensacional feita pelo Reinaldo. Sou seu fã realmente, adoro seu blog, mas...hummmm, agora vem a parte ruim. Seus últimos posts sobre a legalização da droga, o aborto, e sua ortodoxia, tem me feito discordar com veemência. É não só normal, mas como concreto que as opiniões tenham divergências, mas seus artigos aparentemente bem embassados, estão muito mas no âmbito da fé do que qualquer outra coisa. Temos muitas posições políticas convergentes, mas parece que são essas que nos resta. Reinaldo adoro você, mas esqueça um pouco essa coisa de julgar as pessoas ou as situações de acordo com os seus ideais cristãos, há muito que o pensamento deixou seu poder judicativo apoiado no maniqueísmo, ou melhor, ele está situado ALÉM DO BEM E DO MAL. abraços.
domingo, 21 de outubro de 2007
Mal do século XXI: tomar decisões sábias.
Tenho uma amiga que diz: " Falem o que quiserem, o mal do século é saber fazer escolhas". O Existencialismo - começado lá com Kierkegaard - apregoou a idéia da augústia como finalidade da nossa condição de SER. Do momento em que compreendemos nossa total responsabilidade perante nossa condição humana, e não podemos atribuí-la à ninguém mais, que não à nós mesmos, tornamo-nos angustiados. Mas bem dizer, as decisões inextricáveis a nossa condição me faz pensar: O homem é livre? O importante não é a resposta, mas a pergunta. Somos esses bichos que se vangloriam de pensar, de sermos racionais, pobre de nós, simples objetos confusos... Somos o desejo e a vontade encarnados nesses fantoches. A verdade é: " NÃO SABEMOS FAZER ESCOLHAS!!!". Então, só nos resta ficar como "O expulso" de Beckett:
" A escada não era alta. Eu havia contado os degraus mil vezes, tanto subindo quanto descendo, mas já não tenho o número presente na memória. Nunca soube se devia dizer um com o pé sobre a calçada, dois com o outro pé sobre o primeiro degrau, e assim por diante, ou se a calçada não devia ser levada em conta. No alto dos degraus topava com o mesmo dilema. No outro sentido, quero dizer, de cima para baixo, dava no mesmo, a palavra não é forte demais. Não sabia por onde começar nem por onde terminar, a verdade é essa."
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Hu Jintao
Hoje dia 15 de outubro, o Presidente da China Hu jintao propôs acordo de paz com Taiwan, mas não admite a independência da ilha, considerada uma província pela China.
"Insistimos solenemente em colocar um ponto final realmente às hostilidades por meio de consultas com base em uma China única, para obter um acordo de paz e estabelecer assim um marco que administre o desenvolvimento pacífico", disse Hu no discurso de abertura do 17º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC).
Chamada oficialmente República da China, Taiwan perdeu em 1971 sua vaga na ONU em benefício da República Popular da China, da qual se separou em 1949 após uma guerra civil. Para não perder o costume socialista cerceador das liberdades individuais, um manifestante foi preso em plena Praça da Paz Celestial no dia da abertura do Congresso do Partido Comunista. Mais uma vez nos deparamos com esse sistema democrático que busca a igualdade e promete um mundo melhor conhecido como Socialismo.
"Insistimos solenemente em colocar um ponto final realmente às hostilidades por meio de consultas com base em uma China única, para obter um acordo de paz e estabelecer assim um marco que administre o desenvolvimento pacífico", disse Hu no discurso de abertura do 17º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC).
Chamada oficialmente República da China, Taiwan perdeu em 1971 sua vaga na ONU em benefício da República Popular da China, da qual se separou em 1949 após uma guerra civil. Para não perder o costume socialista cerceador das liberdades individuais, um manifestante foi preso em plena Praça da Paz Celestial no dia da abertura do Congresso do Partido Comunista. Mais uma vez nos deparamos com esse sistema democrático que busca a igualdade e promete um mundo melhor conhecido como Socialismo.
domingo, 14 de outubro de 2007
Marx de cú é Hegel

Essa manhã acordei com a pá virada. Então resolvi postar algo nada agradável para falar sobre como cunhou Merleau-Ponty: O Marxismo Ocidental.
Diz ele: " A política revolucionária tinha como meta imediata a síntese. Veríamos aparecer nos fatos a dialética. A revolução era o ponto sublime em que o real e os valores, o sujeito e o objeto, o juízo e a disciplina, o indivíduo e a totalidade, o presente e o futuro, em vez de entrarem em rota de colisão, passariam pouco a pouco a conviver. O poder do proletariado era a novidade absoluta de uma sociedade que critica a si mesma e que elimina de si as contradições por meio de um trabalho histórico infinito[...] O que resta dessas esperanças? O principal problema não é que elas tenham se frustrado e a revolução tenha sido traída, mas que ela se viu encarregada de outras tarefas que o marxismo supunha resolvidas[...]
O que me incomoda profundamente é a ineptidão do pensamento determinista, principalmente a dos defensores das cotas nas universidades públicas que o conhecem como, DETERMINISMO HISTÓRICO. O passado é pago pelo presente, "os oprimidos", sabe aquela dívida histórica que temos para com os negros e tudo o mais... Ele é abraçado como um dogma, uma verdade histórica, uma estagnação, uma imutabilidade, mas que para mim não passa de um filho pródigo.
O principal herdeiro de Hegel é Marx, que buscou inverter a dialética do mestre ao compreender o processo dialético não a partir da estrutura do devir, mas sim a partir das relações materiais concretas que estruturam a experiência humana. Isso se tornou a Tautologia do século XXI, mas como o Materialismo Histórico já foi descartado como teoria científica, não falemos mais nisso por agora.
Nesse caso determinista, a história não seria mais pensada como um vir-a-ser, mas como uma sequência congelada de estados definidos e a revolução nada mais é do que a realização, no tempo, daquilo que já existia em forma embrionária e que se desenvolve até alcançar o seu ponto final. Não se poderia fugir dessa escatologia.
Então penso: será que que minhas ações, ou as ações políticas, ou quaisquer que sejam as ações, não possuem uma liberdade de escolha, de mundança histórica, somos realmente condicionados à uma simples repetição do processo? Só se eu acreditasse na onipotência da Causalidade Determinista.
É oportuno mencionar que o século XVIII foi de grande contribuição para uma nova percepção filosófica devido à três fatos:
- A descoberta da célula;
- A descoberta da lei da conservação e transformação da energia;
- A teoria da Evolução das éspécies.
Marx supunha que suas teorias poderiam desencadear a revolução socialista em um país avançado como a Inglaterra. No entanto, a história nos mostrou que coube a Rússia, país de Monarquia absoluta e cuja industrialização começou apenas no final do século XIX, tornar-se o primeiro país socialista. Mais uma vez o Profeta errou. Agora cabe a história nos mostrar o resto dessa estória.
" Nós temos por testemunho as seguintes verdades: todos os homens são iguais: foram aquinhoados pelo seu Criador com certos direitos inalienáveis e entre esses direitos se encontram o da vida, da liberdade e da busca da felicidade.
Os governos são estabelecidos pelos homens para garantir esses direitos, e seu justo poder emana do consentimento dos governados.
Todas as vezes que uma forma de governo torna-se destrutiva desses objetivos, o povo tem o direito de mudá-lo ou de abolir, e estabelecer um novo governo, fundando-o sobre os princípios e sobre a forma que lhe pareça a mais própria para garantir-lhe a segurança e a felicidade."
Trecho da Declaração de independência dos Estados Unidos.
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Genial.
A capa da Playboy desse mês é nada mais nada menos do que Mônica Veloso. A revista já está sendo comentada pela mídia e chegou à nossa Câmara. Então resolvi comentar a resposta genial dada pelo líder do PTB(MG) Jovair Arantes ao ser questionado sobre ter visto a revista: " O assunto é tão perigoso que nem a revista eu quero ver. Só uma foto já dá pensão". Nem me fale, nem me fale!
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Pensamentos
"O tempo, o tempo, o tempo e suas águas inflamáveis, esse rio largo que não cansa de correr, lento e sinuoso, ele próprio conhecendo seus caminhos, recolhendo e filtrando de vária direção o caldo turvo dos afluentes e o sangue ruivo de outros canais para com eles construir a razão mística da história, sempre tolerante, pobres e confusos instrumentos, com a vaidade dos que reclamam o mérito de dar-lhe o curso, não cabendo contudo competir com ele o leito em que há de fluir, cabendo menos ainda a cada um correr contra a corrente, ai daquele, dizia o pai, que tenta deter com as mãos seu movimento: será consumido por suas águas..."
Raduan Nassar In:"Lavoura arcaica"
Raduan Nassar In:"Lavoura arcaica"
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Da instabilidade do homem.

... Acredito menos na constância dos homens do que em qualquer coisa, e muito mais do que em qualquer outra coisa, na sua instância ...
Temos por hábito seguir as inclinações de nosso apetite, para a esquerda ou para a direita, para cima ou para baixo, segundo sopre o vento das circunstâncias; só pensamos no que queremos no momento em que o queremos, e mudamos como esse animal que toma a cor do lugar em que o deitam. O que acabamos de propor logo o trocamos ou desfazemos; tudo é indecisão e inconstância . Não vamos, levam-nos; somos levados como as coisas que flutuam, ora suavemente ora com violência, segundo se mostram as águas bravias ou bonançosas. Todos os dias novas fantasias, e nosso humor varia de conformidade com o tempo...
... Quem quer que se analise atentamente encontra em si, e talvez até no seu próprio bom senso, essa volubilidade e essa discordância. E nada sei dizer de mim que seja inteiro, simples e sólido, que não apresente confusão nem mistura. Distingo é o termo mais comum na minha lógica...
... Eis por que, para ajuizar de um homem, se faz mister seguir-lhe as pegadas com atenção e paciência ...
... Não é razoável julgar os homens simplesmente pelas ações exteriores; é preciso sondá-los até o fundo e observar as molas que imprimem o movimento. Como se trata porém de empresa difícil e perigosa desejara que nela se metesse menor número de pessoas.
( Ensaios, Livro II, cap. 1: Da inconstância de nossas ações - Montaigne).
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Tinha cheiro de rim fervido

*P.S. André Maurois é o dono da frase, e tirando também o Paulo Freire, que Deus o tenha.
domingo, 30 de setembro de 2007
Ser uma pessoa Clara.

Os dias têm sido vazios sem você por perto.
As cruéis horas de Domingo e praça cheia,
do sol, você se lembra da forma que as sombras faziam no chão, num momento único;
na areia, a imitação das folhas sendo movidas pelo vento?
É. Eu me lembro disso.
Hoje a saudade me aperta, e comprime
dentro de mim todos os meus sentimentos,
que se empurram,
cada qual querendo aumentar seu espaço,
tomar o direito para si,
mas a saudade...
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Exemplo de proselitismo

Em coluna do dia 15/09/07 no site da CARTA MAIOR o comentarista e professor Emir Sader se refere ao caso Renan com todo o proselitismo entusiasta pertencente à esquerda brasileira. Ele comenta que a mídia oligopólica fez com que o Brasil desaparecesse durante quatro meses. Realmente é um assunto desimportante de ser tratado, até por isso que o Brasil não desapareceu. Mas a mídia oligopólica perdeu e Renan venceu. Como o próprio disse: "É a democracia...". Essa mídia sensacionalista que fica tentando denegrir a imagem do presidente do senado, ou como queria a respeitada musa da filosofia brasileira Marilena Chauí sobre o mensalão: "Tudo isso é intriga da oposição para derrubar o governo Lula." Estamos todos condicionados à sermos manipulados por essa mídia oligopólica que é contra as políticas sociais, que fala mal do bolsa família ou das tão preciosas cotas nas universidades, afinal pra que serve o determinismo histórico? "A luta da esquerda tem que ser por um modelo que priorize as políticas sociais, na luta por uma democracia com alma social.", diz Emir Sader. Eu digo: a mesma democracia com alma social produzida pela esquerda mundial que passou a existir com Stálin, Pol Pot, Mao Tsé-Tung, Simón Bolívar, Fidel e seus camaradas latino americanos. Grandes homens...
sem título
Eu vivo em confusão.
Confusão de mim mesmo,
Porque vivem muitos dentro de mim
E às vezes não sei qual é qual,
Quem é quem.
Tenho a parte que pensa e
Tenho a parte que age,
A razão e a vontade
Que entra em guerra no meu eu profundo,
Fundo de um mundo confuso.
Sou guerra e sou paz,
Sou pai, sou mãe e filho,
Sou todos e nenhum,
Sou ato 3 cena 1,
To be or not to be? That´s the question!
Que indecisão de papéis!
Confusão de mim mesmo,
Porque vivem muitos dentro de mim
E às vezes não sei qual é qual,
Quem é quem.
Tenho a parte que pensa e
Tenho a parte que age,
A razão e a vontade
Que entra em guerra no meu eu profundo,
Fundo de um mundo confuso.
Sou guerra e sou paz,
Sou pai, sou mãe e filho,
Sou todos e nenhum,
Sou ato 3 cena 1,
To be or not to be? That´s the question!
Que indecisão de papéis!
Silêncio
A partir de agora eu me calo
E deixo que minhas sombras falem por mim,
Pois essas que estão a gritar,
São as feridas que dentro de mim
Nunca se curaram.
E deixo que minhas sombras falem por mim,
Pois essas que estão a gritar,
São as feridas que dentro de mim
Nunca se curaram.
sábado, 22 de setembro de 2007
Pincelando Clarice

Terminei há alguns dias a leitura do maravilhoso Perto do coração selvagem, da Clarice Lispector. Como um marco na literatura brasileira, Clarice escreveu também: Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres, A paixão segundo G.H., A hora da estrela, entre outros. Com uma abordagem existencialista, as perguntas da filosofia se desenrolam sutilmente em uma intensa e viva forma de escrever. Nossa Joana, que relembra muitos momentos da sua infância, uma personagem corajosa e nas palavras da própria escritora: "Ela nada esperava. Ela era, em si, o próprio fim."(A mulher da voz e Joana). Descobre-se cada vez mais perto de si mesma, à partir do momento em que se encontra como o centro de toda a existência. Uma prosa impregnada de poesia, que descreve um espírito resignado, mas concomitantemente inquieto em sua condição humana. Leiamos Clarice.
A bienal do ridículo. - parte dois
Bom, só quero relembrar que domingo próximo dia 23 será o último dia de Bienal do livro aqui no Rio. Quem foi, foi, quem não foi...
Ah, é importante também ressaltar que finalmente terão promoções decentes, pelo menos é o prometido.
Ah, é importante também ressaltar que finalmente terão promoções decentes, pelo menos é o prometido.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
A bienal do ridículo.

Estamos no sétimo dia de Bienal do livro aqui no Rio de Janeiro. É com pesar que vejo que a XIII Bienal do livro tenha muito o que aprender depois desse tempo todo. Com um grande fluxo de estrangeiros - até porque as editoras internacionais participam do evento - não existe nenhum departamento destinado ao câmbio. A comida também está bem cara. Infelizmente essa é uma parte que realmente não me agrada, as lanchonetes formam um cartel e o consumidor não tem opção, quero dizer, na verdade ele tem duas: Ou ele paga 3 reais por um pastel de queijo safado, ou fica com fome. Não tem concorrência e é um evento muito cheio, não cria competição e por isso o serviço além de caro é terrível. E ainda é provável ouvir: " bom, o preço é esse, paga quem pode, gente pra pagar sempre vai ter...". Bom, sobre o evento pouparei comentários pois já sabemos todos que não existe nenhum incentivo à leitura realmente. O que existe é o marketing editorial, os cambalachos feitos entre as gigantescas das edições. O pobre diabo da escola pública vai voltar pra sua real situation, assim que voltar para o ônibus. Bom realmente se uma gigantesca gasta no mínimo 200 mil reais por um estande, sendo que são três pavilhões, tendo dois as maiores, arrecada-se com as lanchonetes, mas é preciso cobrar 10 reais pela entrada, sem falar no estacionamento, sabe como é né , senão não paga as contas. Só que existe algo do que vale a pena comentar, rsrsrsrs. A Bruna Surfistinha participou do Café literário. Quer algo mais patético do que isso? Semelhante literata estava por lá dando um pouco do seu conhecimento para todos os ouvintes do seu discurso moderno. Quem sabe estaremos encontrando nela a próxima revolucionária depois da Virgínia Woolf... Seria cômico se não fosse trágico.
domingo, 9 de setembro de 2007
Pensamentos
Tudo se torna o motivo até quando ele escapa das mãos,
dos pés...
Nessa vida tudo é tão vil.
De manhã na rua as pessoas não se olham,
os carros parados formando engarrafamentos...
Nessa vida tudo é tão apressado.
dos pés...
Nessa vida tudo é tão vil.
De manhã na rua as pessoas não se olham,
os carros parados formando engarrafamentos...
Nessa vida tudo é tão apressado.
Cinzas
É esse amor insuportável que eu carrego dentro de mim.
Ele fere a minha alma, ela fere a minha carne,
fica o vazio do meu silêncio, eu e meus nós, aqui nesse momento,
e minhas mãos com rugas...
Quase não percebo essa sutileza do
eternamente criar-a-si, do eternamente destruir-a-si.
Só ficou a voz rouca e a incerteza, mas
as minha dúvidas eu guardo para mim,
guardei até a palidez das lembranças desbotadas,
teus braços já nem eram mais brancos e teu corpo...
Cinza. Eram cinza eu me lembro perfeitamente,
uma mistura entre a tua brancura e a
opacidão da tua sombra nas minhas recordações.
Ele fere a minha alma, ela fere a minha carne,
fica o vazio do meu silêncio, eu e meus nós, aqui nesse momento,
e minhas mãos com rugas...
Quase não percebo essa sutileza do
eternamente criar-a-si, do eternamente destruir-a-si.
Só ficou a voz rouca e a incerteza, mas
as minha dúvidas eu guardo para mim,
guardei até a palidez das lembranças desbotadas,
teus braços já nem eram mais brancos e teu corpo...
Cinza. Eram cinza eu me lembro perfeitamente,
uma mistura entre a tua brancura e a
opacidão da tua sombra nas minhas recordações.
Pensamentos
A solidão à dois é um exagero.
Mas assim é a vida, cheia de seus exageros;
as promessas de felicidade, depois as contas à pagar.
Mas assim é a vida, cheia de seus exageros;
as promessas de felicidade, depois as contas à pagar.
domingo, 2 de setembro de 2007
" O mundo de Hedda "

Parodiando o também norueguês Jostein Gaarder, um autor muito conhecido aqui no brasil por seu livro " O mundo de Sofia " (Sofies verden), gostaria de relembrar um outro nome, Ibsen. O dramaturgo que viveu 78 anos, foi a maior expressão do teatro norueguês. Uma de suas maiores peças " Hedda Gabler ", conta a história de uma mulher reprimida pela sociedade burguesa e seus valores. Entre outras peças encontramos também " Casa de bonecas". É oportuno mencionar que existe uma enorme relação entre Hedda, Emma Bovary, a mãe de Eugênia Grandet, Sra. de Rênal, Anna Karenina, e possíveis outras personagens. Então me pergunto: O que faz de um livro um grande livro? O que faz de uma peça uma grande peça? A resposta não me é outra senão o talento. A individualidade de cada obra, que faz com que ela seja única e inigualável. Mas para não divagar e perder o fio da meada entre críticas literárias ou teatrais e o fato, o fato é: Eu não sei se você assistiu, mas eu assisti as duas últimas montagens de Hedda Gabler no Brasil, sendo que a peça só foi montada quatro vezes. É interessante ver Hedda tomar formas, sobretudo quando interpretada por excelentes atrizes. De resto é só aguardar pelas próximas montagens.
Justiça? Justiça é o caralho!

Caros leitores, dizem que aqui no nosso país tão maravilhoso e justo, onde a renda é bem distribuída, onde não existe mendigos nas ruas, onde as pessoas são felizes, é devido à justiça. Essa é a mesma justiça que trata dos mensalões da vida, de Renans e cia, de dossiê para acabar com candidaturas, etc. A justiça no Brasil não é lenta, ela simplismente não funciona. Quer ver um caso? Há pouco tempo um jogador de futebol de um time, o qual não recordo, resolveu entrar com um processo contra o treinador do time por tê-lo agredido verbalmente chamando-o de "viado". Bom, o excelentíssimo juíz arquivou o caso alegando que futebol não é esporte pra "viado", ponto! Depois dessa, o Código Civil deve ter entrado para a lista dos livros malditos, àqueles que foram queimados pela Igreja lembram-se? Vamos rasgar o Código eu digo. Dizem que só o que funciona é o Direito de Família. Não paga a pensão pra você ver... Mais um exemplo para adicionar ao nosso simpósio é, uma vez sendo atendido pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro - diga-se de passagem muito mal - vi um rapaz com sua respectiva "namarida" e um bebê, o qual ele apesar de não ser o pai, queria registrar o menino, e sem nem ouví-lo a defensora já foi dizendo: o senhor não pode registrar essa criança já que não é o pai, você vai preso porque isso é crime! Eu insisto, era melhor ele ter procurado a Vara de Infância e Juventude e se informar sobre o sistema de adoção, ao invés de ter de ouvir tal asneira... Bom meus caros, eles querem saber é de dinheiro no bolso, compromisso social zero. Onde já se viu, um miserável desse larga o filho no mundo, vem uma boa alma querendo cumprir um papel que não é seu e é vetado, " porque o pai verdadeiro pode aparecer "um dia" e querer registar seu amado filho". Que balela, seria cômico se não fosse trágico a justiça mal equipada em suas próprias leis. É caros leitores, a verdade é que temos pessoas despreparadas para ocupar seus lugares, e a nossa justa justiça, ihhhhhhhhh essa aí nem se fala...
terça-feira, 14 de agosto de 2007
No dia dos finados...( parte um)

Acordei pela manhã bem cedo. Pûs meu palitó preto, me olhei no espelho terminando de ajeitar minha gravata, passei a mão no buquê de flores (barba feita) e saí. Era uma longa jornada até chegar no cemitério e mesmo de manhã, o sol já estava pelando de rachar a cuca. Enquanto caminhava distraído pela calçada cheia de buracos e soerguimentos fecais - é mais nobre do que dizer merda de cachorro -, notei que um de meus sapatos não fora totalmente "bem" engraxado.
Então, pensei que se a falecida pudesse levantar de seu sono profundo, subiria em sua cova e diria: Aldalberto, mais uma vez você não engraxou direito os seus sapatos! Você sempre foi mesmo um molóide desastroso. Não presta atenção em nada que faz! É por isso que você não pára em emprego nenhum, blá blá blá...
Saindo de minhas elucubrações, notei que já estava bem perto da entrada do cemitério. Parei em frente ao portão e como manda o figurino, me benzi antes de entrar, só para não correr o risco de ficar por alí mesmo, entende. A sepultura de Josefa ficava escondida no final do último corredor do lado direito, no final do cemitério. Mas aí me pergunto para quê tanto sofrimento? Criar calos nos pés por andar feito um mártir nesse sol escaldante, tudo isso para entregar um buquê de flores idiota para aquela mulher de voz irritante, com quem tive o desprazer de conviver por nove anos? Era só Josefa se levantar com o cabelo em corte estilo copa de árvore, com seu bafo destruidor - que aliás é oportuno mencionar caro leitor que na potência máxima nem as baratas sobreviveriam- que o dia para mim já começava errado.
Naquele dia de finados, o dia mais importante para as minha confissões, minha grande chance de exprimir meus mais sinceros sentimentos de desprezo por aquela criatura decadente. Avistei de longe o sarcófago que abrigava a múmia e fui me aproximando bem devagarinho, à passos lentos, sem fazer barulho para não acordar os outros defuntos. Começava a vislumbrar a foto de Josefa e em seu epitáfio estava escrito: " Josefa Miranda Sá, tão simples, mas complexa até demais para uma pessoa tão repugnante."
continua...
Então, pensei que se a falecida pudesse levantar de seu sono profundo, subiria em sua cova e diria: Aldalberto, mais uma vez você não engraxou direito os seus sapatos! Você sempre foi mesmo um molóide desastroso. Não presta atenção em nada que faz! É por isso que você não pára em emprego nenhum, blá blá blá...
Saindo de minhas elucubrações, notei que já estava bem perto da entrada do cemitério. Parei em frente ao portão e como manda o figurino, me benzi antes de entrar, só para não correr o risco de ficar por alí mesmo, entende. A sepultura de Josefa ficava escondida no final do último corredor do lado direito, no final do cemitério. Mas aí me pergunto para quê tanto sofrimento? Criar calos nos pés por andar feito um mártir nesse sol escaldante, tudo isso para entregar um buquê de flores idiota para aquela mulher de voz irritante, com quem tive o desprazer de conviver por nove anos? Era só Josefa se levantar com o cabelo em corte estilo copa de árvore, com seu bafo destruidor - que aliás é oportuno mencionar caro leitor que na potência máxima nem as baratas sobreviveriam- que o dia para mim já começava errado.
Naquele dia de finados, o dia mais importante para as minha confissões, minha grande chance de exprimir meus mais sinceros sentimentos de desprezo por aquela criatura decadente. Avistei de longe o sarcófago que abrigava a múmia e fui me aproximando bem devagarinho, à passos lentos, sem fazer barulho para não acordar os outros defuntos. Começava a vislumbrar a foto de Josefa e em seu epitáfio estava escrito: " Josefa Miranda Sá, tão simples, mas complexa até demais para uma pessoa tão repugnante."
continua...
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
segunda-feira, 30 de julho de 2007
sábado, 28 de julho de 2007
Tu que não és Cecília.
Eu canto num canto o canto dos pássaros,
Canto Amélia, canto Maria e Cecília,
Invoco o nome das musas adormecidas
Embaladas com cuidado em sua suave melodia.
A harmonia das terças – feiras dão
Um vigor individual para cada
Sensação acolhida pelos meus sentidos.
E tu de onde vens?
Tu, que chegastes e entrastes
Pelo corredor como um vulto,
Tu que não és Amélia, nem Maria e nem Cecília,
Tu que me visitas e se tornas objeto da minha angústia,
Que pondera os meus pesares e
Influencia minhas inclinações.
Tu que me idiotizas!
E nem sequer me cumprimentas
Dizendo-me o teu nome.
Sei que tu só queres me embaraçar,
Não queres nada comigo
Nem saber de minhas paixões possíveis
Queres me instigar ao erro, a comédia,
Queres que eu seja uma tragédia grega,
Ou uma novela mexicana.
Então eu grito até perder a voz
E exaurir a força que resta da minha desgraça e pergunto:
Quem és tu ?
Canto Amélia, canto Maria e Cecília,
Invoco o nome das musas adormecidas
Embaladas com cuidado em sua suave melodia.
A harmonia das terças – feiras dão
Um vigor individual para cada
Sensação acolhida pelos meus sentidos.
E tu de onde vens?
Tu, que chegastes e entrastes
Pelo corredor como um vulto,
Tu que não és Amélia, nem Maria e nem Cecília,
Tu que me visitas e se tornas objeto da minha angústia,
Que pondera os meus pesares e
Influencia minhas inclinações.
Tu que me idiotizas!
E nem sequer me cumprimentas
Dizendo-me o teu nome.
Sei que tu só queres me embaraçar,
Não queres nada comigo
Nem saber de minhas paixões possíveis
Queres me instigar ao erro, a comédia,
Queres que eu seja uma tragédia grega,
Ou uma novela mexicana.
Então eu grito até perder a voz
E exaurir a força que resta da minha desgraça e pergunto:
Quem és tu ?
Última lembrança
De tudo o que sobra
resta tão pouco para mim.
Só me ficam papéis escritos,
folhas bagunçadas sobre a mesa e a ausência.
Ainda encontro farelos de pão na pia,
xícaras usadas e roupas pelo chão.
O cheiro do momento único está gravado aqui no ar.
Posso sentí-lo entrando por meus poros,
e então o tempo pára.
O som da tua boca em meu ouvido
solfejando pequenos gracejos,
soltando sincrônicos suspiros,
a respiração vai ficando mais intensa
até o momento em que cessa
e tudo é nada!
Nada mais existe,
porque o daqui a pouco já chegou agora.
resta tão pouco para mim.
Só me ficam papéis escritos,
folhas bagunçadas sobre a mesa e a ausência.
Ainda encontro farelos de pão na pia,
xícaras usadas e roupas pelo chão.
O cheiro do momento único está gravado aqui no ar.
Posso sentí-lo entrando por meus poros,
e então o tempo pára.
O som da tua boca em meu ouvido
solfejando pequenos gracejos,
soltando sincrônicos suspiros,
a respiração vai ficando mais intensa
até o momento em que cessa
e tudo é nada!
Nada mais existe,
porque o daqui a pouco já chegou agora.
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Definição
Eu sou aquele que busca o som nas palavras,
Que descobre o encoberto onde ninguém mete o nariz!
Transformo o que posso em poesia.
A vida é uma encenação,
Um teatro das possibilidades,
Muitos caminhos e pouca filosofia.
Vivo num mundo onde as pessoas não mais pensam;
Elas fazem e pronto!
Visto roupas coloridas,
Vejo graça até nos protozoários sem remexendo.
Uso chinelos de couro, mas gosto mesmo é de andar descalço,
Esquio nas férias, não sei jogar bola....
Sou viril! Às vezes ranzinza,
Me misturo na possibilidade de minhas multifacetadas personalidades.
Posso nadar, ficar até um minuto sem respirar,
E, vou avisando logo: já lutei capoeira.
Sou bom em educação física,
Péssimo em matemática,
Química nem se fala...
Passo roupa somente aos domingos,
Nos feriados aprecio Portinari e Giacometti,
Ouço “música de velho”,
Faço a barba um dia sim um dia não,
Mas lavo as mãos sempre antes de comer.
Só durmo de cueca, não ronco, mas balanço as pernas
E sei que isso é chato pra caralho
Admiro uns poucos,
Tomo um litro de sorvete sozinho,
Me magôo à toa e não perdôo as injúrias.
O problema de me ultrajar, é que nunca se sabe
A quem estão ultrajando.
Ando de bicicleta, mas somente de manhã,
Esculpo, pinto, escrevo, crio.
Sou filho da literatura, da poesia, da arte.
Só faço o que me der na telha,
De resto, não faço
Mais nada e chega.
Que descobre o encoberto onde ninguém mete o nariz!
Transformo o que posso em poesia.
A vida é uma encenação,
Um teatro das possibilidades,
Muitos caminhos e pouca filosofia.
Vivo num mundo onde as pessoas não mais pensam;
Elas fazem e pronto!
Visto roupas coloridas,
Vejo graça até nos protozoários sem remexendo.
Uso chinelos de couro, mas gosto mesmo é de andar descalço,
Esquio nas férias, não sei jogar bola....
Sou viril! Às vezes ranzinza,
Me misturo na possibilidade de minhas multifacetadas personalidades.
Posso nadar, ficar até um minuto sem respirar,
E, vou avisando logo: já lutei capoeira.
Sou bom em educação física,
Péssimo em matemática,
Química nem se fala...
Passo roupa somente aos domingos,
Nos feriados aprecio Portinari e Giacometti,
Ouço “música de velho”,
Faço a barba um dia sim um dia não,
Mas lavo as mãos sempre antes de comer.
Só durmo de cueca, não ronco, mas balanço as pernas
E sei que isso é chato pra caralho
Admiro uns poucos,
Tomo um litro de sorvete sozinho,
Me magôo à toa e não perdôo as injúrias.
O problema de me ultrajar, é que nunca se sabe
A quem estão ultrajando.
Ando de bicicleta, mas somente de manhã,
Esculpo, pinto, escrevo, crio.
Sou filho da literatura, da poesia, da arte.
Só faço o que me der na telha,
De resto, não faço
Mais nada e chega.
quarta-feira, 25 de julho de 2007
A grande espera
Espero.
Cai a última gota bem lentamente enquanto
é resolvido o enigma.
As metades são movidas de dentro para fora
até chegarem à superfície;
flutuam em plena margem para sua própria satisfação,
deleite indecifrável...
A impossibilidade é passível do momento,
vai meneando, meneando, tornando-se equilíbrio
a cada troca de gestos.
Espero.
Me vejo sendo o limite das interseções,
sou abrangente e me pinto às vezes de laranja,
às vezes de azul,
e cores.
Aguardo o cair da última gota.
Momento à momento vou encontrando meus personagens desgastados,
descobrindo os seus desejos,
e vou manipulando seus destinos,
e criando um mundo novo habitado pelas ilusões perdidas,
onde sou ( protagonista ) narrador e ouvinte
das minhas próprias aspirações solitárias,
dos meus sonhos idos.
Espero.
Ela vai caindo,
e vai adquirindo forma,
e vai adquirindo peso,
e vai diminuindo o espaço entre a chegada e a
possibilidade de chegar.
Espero.
Espero porque hoje somos os mesmos de ontem,
com inclinações diferentes,
perdidos entre o real e o inventivo.
Cai a última gota bem lentamente enquanto
é resolvido o enigma.
As metades são movidas de dentro para fora
até chegarem à superfície;
flutuam em plena margem para sua própria satisfação,
deleite indecifrável...
A impossibilidade é passível do momento,
vai meneando, meneando, tornando-se equilíbrio
a cada troca de gestos.
Espero.
Me vejo sendo o limite das interseções,
sou abrangente e me pinto às vezes de laranja,
às vezes de azul,
e cores.
Aguardo o cair da última gota.
Momento à momento vou encontrando meus personagens desgastados,
descobrindo os seus desejos,
e vou manipulando seus destinos,
e criando um mundo novo habitado pelas ilusões perdidas,
onde sou ( protagonista ) narrador e ouvinte
das minhas próprias aspirações solitárias,
dos meus sonhos idos.
Espero.
Ela vai caindo,
e vai adquirindo forma,
e vai adquirindo peso,
e vai diminuindo o espaço entre a chegada e a
possibilidade de chegar.
Espero.
Espero porque hoje somos os mesmos de ontem,
com inclinações diferentes,
perdidos entre o real e o inventivo.
Assinar:
Postagens (Atom)