sábado, 28 de julho de 2007

Última lembrança

De tudo o que sobra
resta tão pouco para mim.
Só me ficam papéis escritos,
folhas bagunçadas sobre a mesa e a ausência.

Ainda encontro farelos de pão na pia,
xícaras usadas e roupas pelo chão.

O cheiro do momento único está gravado aqui no ar.
Posso sentí-lo entrando por meus poros,
e então o tempo pára.

O som da tua boca em meu ouvido
solfejando pequenos gracejos,
soltando sincrônicos suspiros,
a respiração vai ficando mais intensa
até o momento em que cessa
e tudo é nada!
Nada mais existe,
porque o daqui a pouco já chegou agora.

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