quinta-feira, 27 de março de 2008

28 de março - Meu aniversário

É galerinha, amanhã é meu aniversário. Ganharei mais um ano de vida e estarei esperando por mais outros e outros. Uma vez ouvi que a vida tira-nos tudo o que pode; tenho constatado empiricamente. Terei alguns amigos perto, uma grande parte longe, terão pessoas que irei me lembrar, outras as quais nem me lembro para falar. Não terei minha filha comigo, mas saúdo assim mesmo, pena aos que não sabem o valor do tempo e da paciência... mais ainda dos ilusórios manipuladores de destinos. Meu amigo Daniel que está na Espanha, saudades de ti irmão. Amigos do trabalho, amigos de longe, amigos que nem conheço de perto, nunca os vi, são estranhos queridos, são seres mais perto do que muitos por exemplo que moram na rua. Minha querida prima aniversaria junto comigo, beijão Danielle. Em suma, amanhã é sexta-feira, não se sintam constrangidos se no próximo post eu estiver bêbedo ou de ressaca. Até.

domingo, 23 de março de 2008

Memórias inventadas I


O clima na sala estava bastante agradável, as pessoas falavam em uma tonalidade em que as palavras tornavam-se incompreensíveis. Os convidados comiam e bebiam, cada presença ali para mim era importante naquele aniversário. Apartamento cheio, o som das vozes e violões que cantavam e tocavam ia pouco a pouco tomando o espaço das conversas e quando me levanto para ir até a cozinha de repente a campainha tocou. Andei até o corredor que dava para a porta de entrada para abrí-la e deparei-me com uma cena muito inesperada. Duas figuras, duas surpresas, uma muito amada, a outra um ser desprezível. Diferentes expressões faciais se deram naquele encontro quase que ilógico. Vi malas no chão e rostos fatigados pela viagem, vi um apelo sem palavras. Tudo era mudo, era gestual, tudo equivalia as nossas interpretações. Lara quando me viu parecia encantada. Me abaixei e abracei-a em meu colo, no meu afago de pai, um porto em que a gente ancora. Sentia seu pequeno corpo recostado sobre o meu, uma criança que sentia saudades, meu aniversário, um alguém que nunca se importou com nada além de si mesmo e suas malas, um pedido de ajuda.
Neste domingo acordei na ressaca. Boa páscoa para todos.

Pra ser sincero

Eu era tão feliz
E não sabia, amor
Fiz tudo que eu quis
Confesso a minha dor...
E era tão real
Que eu só fazia fantasia
E não fazia mal...
E agora é tanto amor
Me abrace como foi
Te adoro e você vem comigo
Aonde quer que eu vôe...
E o que passou, calou
E o que virá, dirá
E só ao seu lado
Seu telhado
Me faz feliz de novo...
O tempo vai passar
E tudo vai entrar
No jeito certo
De nós dois...
As coisas são assim
E se será, será
Prá ser sincero
Meu remédio é
Te amar, te amar...
Não pense, por favor
Que eu não sei dizer
Que é amor tudo
O que eu sinto
Longe de você...
E agora é tanto amor
Me abrace como foi
Te adoro e você vem comigo
Aonde quer que eu vôe...
E o que passou, calou
E o que virá, dirá
E só ao seu lado
Seu telhado
Me faz feliz de novo...
O tempo vai passar
E tudo vai entrar
No jeito certo
De nós dois...
As coisas são assim
E se será, será
Prá ser sincero
Meu remédio é
Te amar, te amar...
Não pense, por favor
Que eu não sei dizer
Que é amor tudo
O que eu sinto
Longe de você...

sábado, 22 de março de 2008

Superpai

Ser pai é não medir esforços
é ter coragem de dizer sim e não
matéria bruta a ser lapidada.

Ser pai é acordar a noite
ouvindo o som da nova vida que agora existe
é ter uma nova pessoa ali na sua frente.

Ser pai é dar banho, é fazer mamadeira, é ferver chupeta.
Ser pai é levar todos os dias de manhã a cria para pegar sol bem cedo.
Ser pai é fazer papinha e limpar a boca.
Ser pai é segurar a mão para não deixar cair.


Ser pai é querer estar perto, é dividir,
momentos, fraquezas, alegrias.
É ter alguém dentro de si, é não esquecer nunca
em nenhum momento.
Ser pai é lutar sempre pela felicidade.
Ser pai é escrever.
pra você Clara.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Tudo de bom pra você

O título acima é um questionamento meu. Que é que é isso: Tudo de bom pra você? Quem são as pessoas que te dizem isso? Família? Amigos? Conhecidos? Desconhecidos, que podemos chamar de recém-conhecidos a partir do momento da apresentação recíproca? Os nossos inimigos? Posso interpretar vários conceitos, medidas de verdades que carreguam um simples " tudo de bom pra você", sobretudo quando ele vem dos falsos amigos.

P.S. não nego estar pensando em um exemplo nesse momento, um alguém bem próximo e muito distante...

domingo, 2 de março de 2008

Deixa-me seguir para o mar

Tenta esquecer-me... ser lembrado é como
evocar-se um fantasma... deixa-me ser
o que eu sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo...

Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
me recamarei de estrelas como um manto real,
me bordarei de nuvens e de asas,
às vezes virão em mim as crianças banhar-se...

Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o mar,
as imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...

Toda a tristeza dos rios
é não poder parar!


Mário Quintana.

O crepúsculo dos ídolos

" A filosofia é uma espécie de martelo com o qual o filósofo se arma para golpear os dogmas, os falsos valores e as tolices que os homens erguem como se fossem estátuas e diante das quais eles passam então a se ajoelhar."

F. Nietzsche.

sábado, 1 de março de 2008

Essa é para você Aline

Acabo de ler OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER. Um livro magnífico, denso, sensacional. Confesso que achei o personagem um grande idiota. Mas convenhamos que a minha crítica esteja basilada na experiência do século XXI e não no XVIII. Na verdade encontro uma sutil e talvez única diferença: Não acho que hoje em dia alguém se mate por amor como foi no Romantismo. Apesar de o jovem ainda hoje ( eu vejo na tv o que eles falam sobre o jovem não é sério, o jovem no Brasil nunca é levado à sério - Charlie Brown Júnior ) não possuir uma estrutura comportamental para que o levem realmente à sério, o Romantismo deu lugar para outros períodos. Quando falo sobre nossa mocidade, a fase que não temos juízo, me lembro de quando aprofundei minhas leituras em Nietzsche e Schopenhauer, que desconsideravam as opiniões pertinentes a essa fase em detrimento as mais maduras. Insisto sobre isso porque Werther sabia o tempo inteiro que o amor só existia nele, então penso: O que o fez suicidar? O seu amor por Carlota ou o seu amor pelo seu próprio amor? A personagem corta as falas de Werther mantendo-o no seu lugar. Ela sentava-se ao cravo e tocava uma peça para que as palavras de amor fossem silenciadas, nunca deixou que se criassem esperanças para ele, até para que não sofresse. Os momentos finais do romance realmente me deixaram impressionado, como a cena em que Werther visita Carlota e ela está sozinha então depois de ler a sua tradução dos cantos de Ossian - " Por que despertar-me, ó brisa da primavera? Tu me acaricias e dizes: Derramo sobre ti as gotas celestiais do orvalho! Mas aproxima-se o tempo em que murcharei; aproxima-se a tempestade que me arrancará as folhas! Amanhã virá o caminhante, virá aquele que me viu em plena beleza; seus olhos hão de procurar-me por toda a campina e não me encontrarão mais!"
- se atira aos pés dela em um ato de desespero, dalí até o final eu absorvi tudo vividamente. Apesar do personagem ser patético Goethe consegue passar sua mensagem com grande estilo.Grande clássico, um livro fabuloso. Nisso minha amiga Aline e eu concordamos, não é Aline?

Voltei.


Nossa!!! Quanto tempo eu fiquei sem escrever por aqui. Quanto tempo eu fiquei sem escrever. Essa dura vida de livreiro está me cansando muito nesse período de volta às aulas. Administrar uma livraria não é mole não, mas fica bem mais proveitoso quando temos bons companheiros de trabalho e isso eu digo empiricamente. As poucas pessoas que acessam meu blog já estavam me cobrando que escrevesse algo, que não aguentavam mais entrar e ver sempre o mesmo último post. A verdade é: Praticamente ninguém me lê, mas o que lêem têm o meu maior apreço. Um abraço para todos vocês meu caros.