quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Do ler e escrever

" Vós olhais para cima, quando aspirais a elevar-vos. E eu olho para baixo, porque já me elevei .
Quem de vós pode, ao mesmo tempo, rir e sentir-se elevado?
Aquele que sobe ao monte mais alto, esse ri-se de todas as tragédias, falsas ou verdadeiras."

Zaratustra.



Assim falou Zaratustra ( Introdução da terceira parte )
Friedrich Nietzsche

Editora Civilização Brasileira

domingo, 27 de janeiro de 2008



Essa é a bola da vez. Depois de uma certa resistência resolvi saber o que o Bernard - Henri Lévy tinha para dizer sobre Sartre, até porque para mim o primeiro filósofo é uma espécie de Tocquevilleano século XXI. O que teria Sartre para seduzir tanto um filósofo na contemporaneidade? Em relação aos dois citados teriam muitas. A paixão pela filosofia. O intelectual engajado. O militante político. A literatura.

Apesar de estar ainda perto da metade do livro, consigo perceber a sutileza das palavras para que a mensagem seja transmitida ao leitor com minuciosidade. Tudo o que uma leitura atenta pode fazer. Portentosamente o livro vai fluindo e dividindo as suas idéias com o leitor. Nele passamos com personalidades comentadas como: André Malraux, Heidegger, Nietzsche, Merleau-Ponty, Beauvoir, Blanchot, Bataille, Espinosa, Gide, Stendhal, Romain Gary, Camus, Raymond Aron, De Gaulle, Jules Vuillemin e Jean Wahl entre outros...

Vai sendo mostrado um Sartre que em sua época era o intelectual mais amado e odiado. Um Sartre que escreveu O SER E O NADA e um Sartre que apoiou o Comunismo. Um Sartre que escreveu OS CAMINHOS DA LIBERDADE e um Sartre Ultrabolchevista. Um Sartre amado por sua fiel companheira até o último dia.

É sempre marcante quando conseguimos vencer os nossos preconceitos e ler algo que as vezes nos fazem pensar duas vezes, que nos fazem enxergar na totalidade e não na nossa metade.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

The road not taken - Robert Frost

Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both and be one traveler,
long I stood and looked down one as far as I could to where it bent in the undergrowth;
Then took the other,
as just as fair and having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that, the passing there had worn them really about the same,
And both that morning equally layIn leaves no step had trodden black Oh,
I kept the first for another day!Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sighSomewhere ages and ages hence:Two roads diverged in a wood, and I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Carta de Turgueniev para Tolstói

A 27 de junho de 1883, o escritor russo Turgueniev, que, com Tolstói, era tido como o mais importante, envia a Yasnaya - Poliana, onde morava seu amigo, uma carta perturbadora. Alguns anos depois, ele verificou este fato estranho: Tolstói, ao qual considera como o maior escritor de seu país, se afastou da literatura para se aproximar de uma "ética mística", até ser completamente absorvido por ela; ele que sabia melhor do que ninguém retratar a natureza e o homem, conserva agora sobre a sua mesa somente a bíblia e tratados de telogia. Turgueniev se inquieta e se aflige: poderia Tolstói, como Gogol, desperdiçar anos decisivos em especulações religiosas que não tem sentido algum para o mundo? Apesar de moribundo, segura a caneta, ou antes o lápis - porque suas mãos enfraquecidas pela morte próxima não podem sustentar uma caneta - e se dirige ao mais grandioso gênio da sua pátria para lhe fazer uma pungente invocação: " Que esta seja - escreve ele - a última e sincera súplica de um moribundo. Voltai à literatura! É vosso verdadeiro dom. Ouvi a minha prece, grande escritor da terra russa".
A este tocante apelo, vindo do leito de um moribundo - a carta foi interrompida no meio e Turgueniev escreve que lhe faltam as forças - Tolstói não respondeu imediatamente; quando decidiu fazê-lo, era já tarde demais. Turgueniev morreu sem saber se a sua súplica fora atendida.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Literatura de botequim

Uma vez conversando com um amigo em um boteco pé sujão em ipanema, afinal em ipanema só dá para frequentar esses lugares super disputados pelos assalariados, me deparo com uma situação que se não fosse cômica teria sido trágica. Retiro de dentro da minha mochila uma edição de bolso da L&PM de um livro que estava lendo chamado Inimigos: uma história de amor, do autor ganhador do prêmio Nobel de 1978 Isaac Bashevis Singer, para mostrá-lo ao meu amigo. Enquanto eu falava e falava sobre o livro, soltei a informação do Nobel e ouvi atrás de mim uma voz que gritou em um tom espalhafatoso: MILAN KUNDERA!!! Olhei para trás sem entender e me deparei com um notável ébrio de carteirinha, assíduo frequentador do pé sujão provavelmente, que aos gritos dizia: MILAN KUNDERA foi ele! então resolvi perguntar: Foi ele o que? e ele respondeu: Ele ganhou o Nobel de 1978 ( quase não entendia o que aquela importuna criatura que resolveu se meter no meu papo dizia ). Agora eu pergunto: Desde quando o Milan kundera ganhou algum Nobel de literatura porra? Achando aquela situação surreal, para não ter de aturar o bêbedo resolvi trocar de boteco antes que ele começasse a encher o meu saco com as suas teses de física quântica. Afinal, depois da terceira brahma gelada ...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

A maior sabedoria é ter o presente como objeto maior da vida, pois ele é a única realidade, tudo o mais é imaginação. Mas poderíamos também considerar isso nossa maior maluquice, pois aquilo que existe só por um instante e some como sonho não merece um esforço sério.