quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Meu caro Reinaldo Azevedo


Acompanho há pelo menos 2 anos, leio quase que diariamente, o blog do jornalista Reinaldo de Azevedo. O próprio foi diretor da extinta revista PRIMEIRA LEITURA, a qual infelizmente não possuo todos os exemplares. Era uma revista de peso com entrevistas com grandes intelectuais de toda a parte. A que mais tenho apreço é a edição com a entrevista do psicanalista Contardo Calligaris, uma matéria sensacional feita pelo Reinaldo. Sou seu fã realmente, adoro seu blog, mas...hummmm, agora vem a parte ruim. Seus últimos posts sobre a legalização da droga, o aborto, e sua ortodoxia, tem me feito discordar com veemência. É não só normal, mas como concreto que as opiniões tenham divergências, mas seus artigos aparentemente bem embassados, estão muito mas no âmbito da fé do que qualquer outra coisa. Temos muitas posições políticas convergentes, mas parece que são essas que nos resta. Reinaldo adoro você, mas esqueça um pouco essa coisa de julgar as pessoas ou as situações de acordo com os seus ideais cristãos, há muito que o pensamento deixou seu poder judicativo apoiado no maniqueísmo, ou melhor, ele está situado ALÉM DO BEM E DO MAL. abraços.

domingo, 21 de outubro de 2007

Mal do século XXI: tomar decisões sábias.

Tenho uma amiga que diz: " Falem o que quiserem, o mal do século é saber fazer escolhas". O Existencialismo - começado lá com Kierkegaard - apregoou a idéia da augústia como finalidade da nossa condição de SER. Do momento em que compreendemos nossa total responsabilidade perante nossa condição humana, e não podemos atribuí-la à ninguém mais, que não à nós mesmos, tornamo-nos angustiados. Mas bem dizer, as decisões inextricáveis a nossa condição me faz pensar: O homem é livre? O importante não é a resposta, mas a pergunta. Somos esses bichos que se vangloriam de pensar, de sermos racionais, pobre de nós, simples objetos confusos... Somos o desejo e a vontade encarnados nesses fantoches. A verdade é: " NÃO SABEMOS FAZER ESCOLHAS!!!". Então, só nos resta ficar como "O expulso" de Beckett:


" A escada não era alta. Eu havia contado os degraus mil vezes, tanto subindo quanto descendo, mas já não tenho o número presente na memória. Nunca soube se devia dizer um com o pé sobre a calçada, dois com o outro pé sobre o primeiro degrau, e assim por diante, ou se a calçada não devia ser levada em conta. No alto dos degraus topava com o mesmo dilema. No outro sentido, quero dizer, de cima para baixo, dava no mesmo, a palavra não é forte demais. Não sabia por onde começar nem por onde terminar, a verdade é essa."

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Hu Jintao

Hoje dia 15 de outubro, o Presidente da China Hu jintao propôs acordo de paz com Taiwan, mas não admite a independência da ilha, considerada uma província pela China.

"Insistimos solenemente em colocar um ponto final realmente às hostilidades por meio de consultas com base em uma China única, para obter um acordo de paz e estabelecer assim um marco que administre o desenvolvimento pacífico", disse Hu no discurso de abertura do 17º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC).

Chamada oficialmente República da China, Taiwan perdeu em 1971 sua vaga na ONU em benefício da República Popular da China, da qual se separou em 1949 após uma guerra civil. Para não perder o costume socialista cerceador das liberdades individuais, um manifestante foi preso em plena Praça da Paz Celestial no dia da abertura do Congresso do Partido Comunista. Mais uma vez nos deparamos com esse sistema democrático que busca a igualdade e promete um mundo melhor conhecido como Socialismo.

domingo, 14 de outubro de 2007

Marx de cú é Hegel


Essa manhã acordei com a pá virada. Então resolvi postar algo nada agradável para falar sobre como cunhou Merleau-Ponty: O Marxismo Ocidental.

Diz ele: " A política revolucionária tinha como meta imediata a síntese. Veríamos aparecer nos fatos a dialética. A revolução era o ponto sublime em que o real e os valores, o sujeito e o objeto, o juízo e a disciplina, o indivíduo e a totalidade, o presente e o futuro, em vez de entrarem em rota de colisão, passariam pouco a pouco a conviver. O poder do proletariado era a novidade absoluta de uma sociedade que critica a si mesma e que elimina de si as contradições por meio de um trabalho histórico infinito[...] O que resta dessas esperanças? O principal problema não é que elas tenham se frustrado e a revolução tenha sido traída, mas que ela se viu encarregada de outras tarefas que o marxismo supunha resolvidas[...]

O que me incomoda profundamente é a ineptidão do pensamento determinista, principalmente a dos defensores das cotas nas universidades públicas que o conhecem como, DETERMINISMO HISTÓRICO. O passado é pago pelo presente, "os oprimidos", sabe aquela dívida histórica que temos para com os negros e tudo o mais... Ele é abraçado como um dogma, uma verdade histórica, uma estagnação, uma imutabilidade, mas que para mim não passa de um filho pródigo.

O principal herdeiro de Hegel é Marx, que buscou inverter a dialética do mestre ao compreender o processo dialético não a partir da estrutura do devir, mas sim a partir das relações materiais concretas que estruturam a experiência humana. Isso se tornou a Tautologia do século XXI, mas como o Materialismo Histórico já foi descartado como teoria científica, não falemos mais nisso por agora.

Nesse caso determinista, a história não seria mais pensada como um vir-a-ser, mas como uma sequência congelada de estados definidos e a revolução nada mais é do que a realização, no tempo, daquilo que já existia em forma embrionária e que se desenvolve até alcançar o seu ponto final. Não se poderia fugir dessa escatologia.

Então penso: será que que minhas ações, ou as ações políticas, ou quaisquer que sejam as ações, não possuem uma liberdade de escolha, de mundança histórica, somos realmente condicionados à uma simples repetição do processo? Só se eu acreditasse na onipotência da Causalidade Determinista.

É oportuno mencionar que o século XVIII foi de grande contribuição para uma nova percepção filosófica devido à três fatos:


- A descoberta da célula;

- A descoberta da lei da conservação e transformação da energia;

- A teoria da Evolução das éspécies.


Marx supunha que suas teorias poderiam desencadear a revolução socialista em um país avançado como a Inglaterra. No entanto, a história nos mostrou que coube a Rússia, país de Monarquia absoluta e cuja industrialização começou apenas no final do século XIX, tornar-se o primeiro país socialista. Mais uma vez o Profeta errou. Agora cabe a história nos mostrar o resto dessa estória.


" Nós temos por testemunho as seguintes verdades: todos os homens são iguais: foram aquinhoados pelo seu Criador com certos direitos inalienáveis e entre esses direitos se encontram o da vida, da liberdade e da busca da felicidade.

Os governos são estabelecidos pelos homens para garantir esses direitos, e seu justo poder emana do consentimento dos governados.

Todas as vezes que uma forma de governo torna-se destrutiva desses objetivos, o povo tem o direito de mudá-lo ou de abolir, e estabelecer um novo governo, fundando-o sobre os princípios e sobre a forma que lhe pareça a mais própria para garantir-lhe a segurança e a felicidade."


Trecho da Declaração de independência dos Estados Unidos.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Genial.

A capa da Playboy desse mês é nada mais nada menos do que Mônica Veloso. A revista já está sendo comentada pela mídia e chegou à nossa Câmara. Então resolvi comentar a resposta genial dada pelo líder do PTB(MG) Jovair Arantes ao ser questionado sobre ter visto a revista: " O assunto é tão perigoso que nem a revista eu quero ver. Só uma foto já dá pensão". Nem me fale, nem me fale!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Pensamentos

"O tempo, o tempo, o tempo e suas águas inflamáveis, esse rio largo que não cansa de correr, lento e sinuoso, ele próprio conhecendo seus caminhos, recolhendo e filtrando de vária direção o caldo turvo dos afluentes e o sangue ruivo de outros canais para com eles construir a razão mística da história, sempre tolerante, pobres e confusos instrumentos, com a vaidade dos que reclamam o mérito de dar-lhe o curso, não cabendo contudo competir com ele o leito em que há de fluir, cabendo menos ainda a cada um correr contra a corrente, ai daquele, dizia o pai, que tenta deter com as mãos seu movimento: será consumido por suas águas..."


Raduan Nassar In:"Lavoura arcaica"

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Da instabilidade do homem.


... Acredito menos na constância dos homens do que em qualquer coisa, e muito mais do que em qualquer outra coisa, na sua instância ...


Temos por hábito seguir as inclinações de nosso apetite, para a esquerda ou para a direita, para cima ou para baixo, segundo sopre o vento das circunstâncias; só pensamos no que queremos no momento em que o queremos, e mudamos como esse animal que toma a cor do lugar em que o deitam. O que acabamos de propor logo o trocamos ou desfazemos; tudo é indecisão e inconstância . Não vamos, levam-nos; somos levados como as coisas que flutuam, ora suavemente ora com violência, segundo se mostram as águas bravias ou bonançosas. Todos os dias novas fantasias, e nosso humor varia de conformidade com o tempo...


... Quem quer que se analise atentamente encontra em si, e talvez até no seu próprio bom senso, essa volubilidade e essa discordância. E nada sei dizer de mim que seja inteiro, simples e sólido, que não apresente confusão nem mistura. Distingo é o termo mais comum na minha lógica...


... Eis por que, para ajuizar de um homem, se faz mister seguir-lhe as pegadas com atenção e paciência ...


... Não é razoável julgar os homens simplesmente pelas ações exteriores; é preciso sondá-los até o fundo e observar as molas que imprimem o movimento. Como se trata porém de empresa difícil e perigosa desejara que nela se metesse menor número de pessoas.


( Ensaios, Livro II, cap. 1: Da inconstância de nossas ações - Montaigne).

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Tinha cheiro de rim fervido

Esse post tem o objetivo de parabenizar a excelente matéria de Diogo Schelp e Duda Teixeira para a revista Veja do mês de Outubro. Um mito é derrubado. A personagem - talvez - mais amada pela intelligentsia brasileira, o grande líder revolucionário Ernesto Guevara Lynch de la Serna, o CHE. Um homem que lutou pela causa ao lado de seu "camarada" Fidel Castro e Raul Castro contra o ditador Fulgêncio Batista em 1.959. Tal figura patética que não gostava de tomar banho, é até hoje depois de morto ( isso me lembra até o Machado de Assis, quando o defunto vem do além para contar sua própria história) a figura mais capitalizada pelo sistema vigente. Isso só afirma mais uma vitória da pujança do sistema Capitalista, o qual Marx profetizou que se extingüiria em 100 anos. O médico formado que nunca exerceu sequer a profissão, completa agora no próximo dia 8 quarenta anos de morto. Tenho absoluta certeza que será lembrado com festas e comemorações pelo pensamento Marxista impregnando como ideologia. Pessoas incomparáveis como Emir Sader, Marilena chauí, Leandro Konder, Paulo Freire, Leonardo Boff, Fábio Konder Comparato, Francisco de Oliveira, e outras figuras que preencheriam com o vazio pelo menos mais algumas páginas, comemorarão esse dia de braços dados. Uma vez li uma frase, mas infelizmente não me recordo o seu autor, nem por isso, deixará de ser proferida: " Un joven de menos de 25 años que no sea socialista no tiene corazón; uno mayor de 25 que sigue siéndolo no tiene cerebro."* Nossos queridos - me apropriando de um conceito do Gramsci - intelectuais orgânicos, com certeza irão demonizar com suas dialéticas sofistas uma revista reacionária como a dita acima. Afinal o jargão criado pela máquina de propaganda esquerdista é : " Aquele é leitor de VEJA...".

*P.S. André Maurois é o dono da frase, e tirando também o Paulo Freire, que Deus o tenha.