domingo, 26 de outubro de 2008

LE GRAND PUBLIC NE S´INTERESSE PAS A L´ ART CONTEMPORAIN

A idéia apreendida e repetida na obra de arte só pode dizer algo a alguém de acordo com a medida do seu próprio valor intelectual[...]

O conceito, por mais útil que seja para a vida, e por mais usado, necessário e proveitoso que seja na ciência, é no entanto enternamente infrutífero para a arte. A verdadeira e única fonte de qualquer obra de arte é a Idéia apreendida. Esta, em sua originalidade vigorosa, é haurida apenas da vida mesma, da natureza, do mundo, pelo gênio autêntico ou por quem se entusiasma instanteneamente até a genialidade[...]

Por sua vez, imitadores, maneiristas, imitatores, servum pecus procedem na arte a partir do conceito.[...]

Entremente, tais obras maneiristas encontram com freqüência, e rapidamente, a aprovação sonora dos contemporâneos, pois estes, isto é, a grande maioria obtusa, só podem conceber conceitos e se apegam a eles. Contudo, após alguns anos, tais obras já são inapreciáveis, visto que o espírito da época, ou seja, os conceitos imperantes, nos quais elas se enraizam, mudaram. Apenas as obras autênticas eternamente joviais e com o vigor originário, pois não pertencem a idade alguma, mas à humanidade[...]

Esses indivíduos que aparecem sucessivamente estão por inteiro sozinhos, visto que a massa e a multidão da posteridade sempre será e premanecerá tão perversa e obtusa quanto a massa e a multidão de todos os tempos.


Arthur Schopenhauer - Livro II - capítulo 49 - O mundo como vontade e como representação



Encontramos no pensamento de Schopenhauer a afirmação de que quando nos deparamos com a obra de arte, esse é um momento de supressão do sofrimento, pois viver é sofrer e uma fuga dessa vida é a própria arte. A estética tem lugar especial na obra do filósofo. Seu livro terceiro da obra máxima supracitada começa assim:

Segunda consideração: A representação independente do princípio de razão - a Idéia platônica: o objeto da arte.

A partir no início do século XX a arte começou a tomar outros rumos até os dias de hoje onde a Bienal de São Paulo em 2008 foi apelidade de "a bienal do vazio". É claro que encontramos gente boa ainda nos meios da arte sejam elas quaisquer que forem. Nas artes plásticas a Beatriz Milhazes, Vik Muniz, Siron Franco, na literatura o Milton Hatoum, Miguel Sousa Tavares e mesmo com toda a salvação quando a Doutora em literatura comparada Beatriz Resende é perguntada sobre quando surgirá um GRANDE romance a resposta é bem simples: Um GRANDE romance; nunca mais.

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