Tenho uma amiga que diz: " Falem o que quiserem, o mal do século é saber fazer escolhas". O Existencialismo - começado lá com Kierkegaard - apregoou a idéia da augústia como finalidade da nossa condição de SER. Do momento em que compreendemos nossa total responsabilidade perante nossa condição humana, e não podemos atribuí-la à ninguém mais, que não à nós mesmos, tornamo-nos angustiados. Mas bem dizer, as decisões inextricáveis a nossa condição me faz pensar: O homem é livre? O importante não é a resposta, mas a pergunta. Somos esses bichos que se vangloriam de pensar, de sermos racionais, pobre de nós, simples objetos confusos... Somos o desejo e a vontade encarnados nesses fantoches. A verdade é: " NÃO SABEMOS FAZER ESCOLHAS!!!". Então, só nos resta ficar como "O expulso" de Beckett:
" A escada não era alta. Eu havia contado os degraus mil vezes, tanto subindo quanto descendo, mas já não tenho o número presente na memória. Nunca soube se devia dizer um com o pé sobre a calçada, dois com o outro pé sobre o primeiro degrau, e assim por diante, ou se a calçada não devia ser levada em conta. No alto dos degraus topava com o mesmo dilema. No outro sentido, quero dizer, de cima para baixo, dava no mesmo, a palavra não é forte demais. Não sabia por onde começar nem por onde terminar, a verdade é essa."
Um comentário:
Putz, excelente metáfora pro absurdo da nossa condição. Genial. Beckett era um puta dum "frasista". É realmente impressionante que um país pequeno com a Irlanda possa ter produzido caras como ele e Joyce,por exemplo.
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