Terminei há alguns dias a leitura do maravilhoso Perto do coração selvagem, da Clarice Lispector. Como um marco na literatura brasileira, Clarice escreveu também: Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres, A paixão segundo G.H., A hora da estrela, entre outros. Com uma abordagem existencialista, as perguntas da filosofia se desenrolam sutilmente em uma intensa e viva forma de escrever. Nossa Joana, que relembra muitos momentos da sua infância, uma personagem corajosa e nas palavras da própria escritora: "Ela nada esperava. Ela era, em si, o próprio fim."(A mulher da voz e Joana). Descobre-se cada vez mais perto de si mesma, à partir do momento em que se encontra como o centro de toda a existência. Uma prosa impregnada de poesia, que descreve um espírito resignado, mas concomitantemente inquieto em sua condição humana. Leiamos Clarice.
sábado, 22 de setembro de 2007
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2 comentários:
"... eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. Agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade."
É isso que faz Clarice diferente; não só o intimismo, mas a intensidade da narrativa, a profundidade com que vai à alma humana, a partir da sua própria alma. Ler Clarice é se ver, se (re)encontrar.
"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca".
Tem que deixar Clarice chegar perto do coração...
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