segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Elas preferem os fortinhos.

Nessa era em que vivemos chamada de "pós-modernidade"( nunca entendi mesmo esse conceito), continuo me sentindo uma aviltado. Nós, um pequeno grupo constituído de pessoas com o QI acima da grande média, continuamos a ser desprezados pelas mulheres bonitas, não por sermos feios, mas por sermos eu diria... intelectuais. O intelectual já teve um valor mais indispensável como foi analisado por George Steiner. No século XXI em meio as turbulências da vida cotidiana, a correria atrás de um lugar ao sol, elas preferem mesmo os FORTINHOS. Não precisa nem ter dinheiro, lógico que tendo um carrinho para buscá-la na saída do trabalho ajuda, e como ajuda. Bastou ser marombadinho de academia elas tão caíndo em cima. Músculos rijos, abdome definido, um par de coxas grossas, e um peito estufado fazem a diferença na nossa ditadura da beleza. Ainda têm umas que dizem ao saber que o cara é uma mula: Ihhhhh, ligo não, esse aí comigo não precisa nem abrir a boca, pelo menos para falar... Poucas são as que caem no papo de discutir se a Arte evolui, que tomam café em livrarias, que aceitam um convite de visita ao CCBB, que assistem Hedda Gabler ao invés de PARAÍSO TROPICAL, que ainda teimam em saber a que cargas d´água anda a filosofia contemporânea e as ideologias, blá blá blá.

É amigos. Ficamos para trás once again. Até existe todo um esteriótipo mental formado sobre nós: Feio, gordo, usa aparelho nos dentes, o cabelo parecendo que o boi deu uma lambida, óculos fundo de garrafa, e outros opróbios usados no lugar dos adjetivos. Não importa que você tenha lido os clássicos da literatura, a massa cinzenta é realmente desprezada. Bom, o que me consola é que pelo menos não sou feio, nem gordo, não uso aparelho nos dentes, não tenho o cabelo lambido pelo boi, até uso óculos, mas não fundo de garrafa, e já que não sou FORTINHO, vou pegar o rumo para a minha biblioteca terminar meu ensaio sobre o conceito de música no Romantismo Alemão e se der tempo, ainda encontro uma louca que aceite um café na Livraria da Travessa ao som de Charlie Parker.

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